sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ritmo de festa.






NADA COMO UM DIA APÓS O OUTRO E UMA NOITE NO MEIO.





FOLGA



                   Ontem eu tive o meu dia de Madonna kkkkkkkkkkkk. Acordei às 5 da manhã como de costume e arrumei a minha mala para os possíveis três dias de folga. Deixei a enfermagem arrumada, entreguei a medicação para os meninos. Já da para ver por ai que não comecei a minha folga como uma folga kkk. Fui para a reunião de equipe que foi muito mais proveitosa que as outras, porque agora eu já sabia quem era quem, os nomes dos internos de quem eles estavam falando. Não era mais um marciano.

                   Até esse momento a mochila que eu estava carregando não estava me atrapalhando tanto. A reunião acabou às 10 horas e fui para a Rodoviária de Artur Nogueira e fiquei esperando até às 12 horas o ônibus para Limeira já que não tem ônibus direto para Piracicaba. Mas, tudo bem. Como diria o Silvio Santos.



É ritmo... é ritmo de festa...  Ritmo ... é ritmo de festa...



                   Fiz amizade com uma senhora que também estava esperando ônibus só que ela ia para Campinas, e nessa espera eu comprei água, bombom, salgadinho, conversei com o guardinha da rodoviária, com mais outras pessoas que também iam para Limeira. Só faltou eu entregar cartões kkkkk

                   Apesar de a cidade ser bem perto uma da outra o ônibus vai parando onde ele vê uma alma viva. Demorou 1h 10 min, uma viagem que de carro demora 20 minutos.



É ritmo... é ritmo de festa...  Ritmo ... é ritmo de festa...



                   Chegando em Limeira, o ônibus que vai para lá, não entra na rodoviária kkk e por sorte depois de dois pontos que já tinha passado da mesma, um outro passageiro perguntou para a pessoa que estava do meu lado se a rodoviária estava longe e ela disse que já tinha passado kkkkkk. Nesse momento a mochila começou a pesar, mas ninguém é obrigado a saber que eu não sabia que um ônibus que sai de uma rodoviaria de uma cidade não vai para a rodoviária de outra cidade. Quem tinha que saber essa coisa tão comum era eu kkkkk A mochila imensa que eu estava carregando não era de uma pessoa que estava indo para a rodoviária e sim porque eu gosto de carregar peso kkkkkkk

                   Não estou desfazendo de ninguém pessoal, mas em São Paulo, existe um tratamento diferenciado quanto ao motorista perguntar se você descerá antes do ponto final, se pode guardar a mala no pagajeiro, caso ele tenha que descer para abrir e ter que estacionar em um local que seja possível a abertura da porta lateral etc. São dois tipos de serviços diferentes e agora eu sei que eu tenho que perguntar tudo.

                   Chegando em Limeira esperei mais 1 hora para ir para Piracicaba e pasmem kkkkkkkkkk em nenhuma lanchonete ou livraria da rodoviária vendia cartão telefônico kkkk  Precisava ligar para a psicóloga avisando que ia chegar mais que atrasado para a minha consulta que estava marcada para as 13. Resumindo cheguei em Piracicaba as 14 horas, já muito cansado e fui para a Casa Dia onde eu estava internado. Revi meus amigos, conversei bastante e cruzei a cidade para ir ao banco parar receber meu auxílio doença. Pensa num dia quente, e em menos de 10 minutos o tempo virou e caiu aquela chuva de molhar tudo com enxurrada kkk



É ritmo... é ritmo de festa...  Ritmo ... é ritmo de festa...



                   Pensei, agora só falta eu não conseguir chegar ao banco a tempo.

                   Nessa andança vieram algumas memórias do tempo que fiquei naquela cidade e o quanto minha vida tinha mudado nesses dias. Ao passar ao lado do rio Piracicaba vi um casal de capivaras com três filhotes e vi a Glória de Deus que cuida dos seus. Se aquele casal de capivaras ele ama com tanto carinho, ainda mais eu que sou seu filho. Fiquei alguns minutos vendo aquela cena linda.



         Estava no zoológico? Não. No centro de Piracicaba.



                   Voltei para a clínica e antes passei na Rodoviária para comprar a passagem para São José dos Campos, mas só tinha para 2h 30min da madrugada, então para não ficar em Piracicaba comprei passagem para São Paulo e lá eu encontrei o meu amigo Gary e seu “namorado”. Que cena deprimente. Os dois sujos, gritando um com o outro, pedindo dinheiro.

          Para lembrar, o Gary e seu namorado, eram dois ex internos da clínica onde eu estava. O outro, ainda insinuou com uma pergunta maliciosa se eu estava realmente bem? Não respondi nada e só lancei um olhar para o meu próprio corpo e um olhar para o corpo dele como dizendo: Compara. Eu sei que ninguém é melhor que ninguém e que fui até “soberbo” naquele momento, mas ele tinha que perceber que naquele momento ele não estava em condições de ainda querer usar de ironia.

                   Para não “esticar” o assunto eu dei o dinheiro que eles precisavam para pegar o ônibus e fui para a minha consulta que foi MARAVILHOSA. Enchi minha bateria e minha psicóloga me levou para a Rodoviaria para eu não perder o ônibus.

                   Falei, falei, falei.....

                   Precisava de alguns retornos, que como sempre foram muito bem dados e sai de lá bem leve apesar do peso da mochila que aumentou devido a coberta que eu peguei de volta que eu tinha deixado lá e a toalha de banho que tinha sumido da última vez que eu tinha viajado e que milagrosamente estava pendurada no varal.

                   O que eu acho é que a pessoa que tinha “tomado emprestado” da última vez não imaginava que eu estaria lá novamente.

          Eu só peguei do varal na frente de todos. Dobrei e coloquei dentro da minha mochila, esperando que alguém me perguntasse alguma coisa. Minha vontade era de entrar quarto por quarto para ver se meu lençol que também tinha sumido não estava esticado em alguma cama e se a calça jeans também não estava em algum armário, mas percebi que não valeria o stress.

                   De volta a rodoviária encontro o Gary e seu companheiro novamente e fui presenteado com uma simples mais profunda afirmação.

                   O Gary olhou para mim e disse.



VOCÊ ESTA EM RECUPERAÇÃO MESMO NÉ FABIO?



                   Neste momento me senti impotente, dei um forte abraço nele apesar de ele estar fedendo, todo sujo e alí era a única coisa que eu podia fazer já que ele visivelmente estava na onda de usar mais droga e qualquer coisa que eu falasse ia ser inútil. O eu estar limpo na frente dele já estava sendo suficiente e agradeci a Deus porque vi que Ele tinha me usado naquele momento.

                   Durante a terapia discutimos vários aspectos de minha recuperação e esse fato veio em resposta a alguns de meus sentimentos.

                   O que esta valendo a pena? Até quando ter que ajudar? Quando retomar a “minha vida” ...

                   E num simples momento Deus me mostra que estar limpo vale a pena SEMPRE, terei que ajudar sempre, e não retomarei minha vida jamais, já que eu a coloco nas mãos de Deus todos os dias.

                   Mais um ônibus, e rumo a São Paulo. Ao entrar na cidade a cabeça foi a mil, lembranças da Cracolândia, das festas, das “bocas” e cheguei na Rodoviária que parece uma cidade, cheia de lojas, coisas para comer e um refrigerante em lata que custa R$ 4,60. Um absurdo, mas...



É ritmo... é ritmo de festa...  Ritmo ... é ritmo de festa...



                   Felizmente o próximo ônibus para São José já partia em 15 minutos. Nesse momento a mochila parecia que tinha 1000 kilos e desmaiei dentro do ônibus. Um detalhe. Nesse ônibus veio uma mãe com duas crianças de colo com umas 6 malas, fora as mochilinha das crianças kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Ri muito alto, porque a referida mãe não tinha NOÇÃO, em um dado momento eu pensei que fosse uma pegadinha, um correio do Gugu, porque a mulher consegui esbarrar em todo mundo, derrubar mochilas, gritar alto com as crianças, xingar o marido que não foi na viagem kkkkkkkk e depois que eu pensei que já tinha acabado o show quase chegando em são José dos Campos ela começa a gritar para o motorista

PARA  PARA  PARA  PARA

                   Ela queria descer antes de chegar na rodoviária e deixou passar do ponto. O motorista teve que parar na rodovia para ela descer e voltar a pé com todas as malas e duas crianças às 23 horas.

                   Depois sou eu que sou o louco kkkkkkkkkkkkkk



É ritmo... é ritmo de festa...  Ritmo ... é ritmo de festa...



         Cheguei em casa e é claro que meus sobrinhos já estavam desmaiados, não conseguiram esperar o T I T I O  chegar, mas agora terei que simplificar a postagem de hoje já que o Vitor acordou e vou dar atenção para ele. À noite eu volto com vocês.

                  

ETERNAS IMCOMPARÁVEIS 24 HORAS DE SERENIDADE E SOBRIEDADE.

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