A GRANDEZA NÃO CONSISTE EM
RECEBER HONRAS, MAS EM MERECÊ-LAS.
Quero agradecer a todos e principalmente
a TODAS e isso inclui a Bel e minha prima Sueli que me deram a maior força no
dia de ontem e hoje.
Ontem
eu estava tão cansado emocionalmente sem saber que rumo seguir e não tive ânimo
nem para postar esse blog.
Casar ou comprar
uma bicicleta? Eu decidi ir almoçar.
Acordei
muito feliz hoje porque não tomei nenhuma decisão precipitada, mas decidi que
para manter a minha recuperação eu tenho que ir embora de onde eu estou. Não
estou me sentindo mais útil, e como a dinâmica de trabalho que eu gosto não
combina com a dinâmica do outro coordenador vou procurar uma clínica que como
diria minhas gerentes de enfermagem tenha o meu perfil.
Vivi
muito tempo de minha vida fazendo não coisas que eu não gostasse, mas que não
eram coisas que eu amava, por puro comodismo, e ontem depois de fazer a minha
terapia isso ficou mais claro do que nunca.
Não
vou ficar aqui só por comodismo ou porque aparentemente tudo esta bem, eu quero
me sentir vivo, INTEIRO no que eu estou fazendo.
Eu
vivi com uma amiga minha durante 3 anos e tenho que citar o nome se não outras
que eu também vivi podem achar que é delas que eu estou falando.
Essa
amiga é a Janaina Mustang. Eu tinha que esconder minhas coisas de valor porque
ela me roubava, vivia pedindo dinheiro, me acorda de madrugada louca para
conversarmos e hoje eu vejo que eu vivi isso por puro comodismo já que eu tinha
roupa lavada, comida feitinha e casa limpa, mas hoje botando no lápis teria saído
muito mais barato se eu tivesse contratado uma empregada, e parece loucura, mas
é como estou me sentindo agora.
Estou
responsável pela cozinha e pela enfermaria e fico irritado quando alguém pede
mais comida ou diz que esta com dor de cabeça, ou seja, não estou feliz com que
estou fazendo. Eu deveria ter prazer em colocar mais comida no prato e ser útil
para alguém que esta com dor.
Trabalhei
muito a minha humildade durante o tratamento e acredito que nem seja falta de
humildade, mas agora eu quero sentir o gosto de ser valorizado e ter voz ativa
e isso definitivamente eu não terei aqui.
Então
para provar para mim mesmo que não sairei por raiva ou precipitadamente ficarei
aqui até o começo do ano e caso o diretor me dispense do “aviso prévio” eu irei
embora assim que possível.
Se eu
não der valor as minhas qualidades não são os outros que darão.
O que me anima é que hoje conversei
com algumas pessoas e pude ajudá-las e isso é a base do meu tratamento:
AJUDAR
Então
era isso que eu queria compartilhar. Para quem me conhece deve saber o quanto
deve estar sendo difícil para eu ficar quietinho e esperar.
Inventário
do dia 18 de abril
Nesse dia eu percebi que eu estava
começando a entrar em recuperação.
Eu
estava lavando a geladeira da cozinha e o James (nome fictício de um interno) pediu
para levar a vassoura para lavar o banheiro e eu respondi que eu ia usar a mesma.
Continuei
lavando a geladeira e o coordenador voltou e só gritou da porta para mim:
Empresta a vassoura para o James.
Na
hora eu fiquei tão puto da vida, porque eu não tenho ideia do que o James falou
para ele, mas pelo menos eu achava que ele deveria me perguntar se eu estava
usando a vassoura, mas por incrível que pareça eu fiquei quieto e entreguei a
vassoura e fui obrigado a suportar um sorriso irônico do mesmo.
Quando
eu fui pensar em reclamar para ele que não custava ele esperar eu
terminar o meu trabalho já que ele não tinha nada que fazer depois, eu mesmo me
dei a resposta, que eu também não tinha nada que fazer depois e que eu nem
precisava estar irritado.
Deveria
ter dado a vassoura desde o momento que ele me pediu na primeira vez. Neste momento eu percebi
o quanto eu estava sendo egoísta, possessivo julgando que pelo motivo de estar
fazendo um favor para a cozinha em descongelar a geladeira eu tinha que ser o
privilegiado em usar a vassoura a hora que eu quisesse.
Depois
que caiu essa ficha, não deu 5 minutos e o menino me entregou a vassoura de volta.
Quem estava sendo o chato era eu mesmo já que quando ele me devolveu a vassoura
eu nem tinha terminado de limpar a geladeira ainda, então, pra que brigar?
Só de
não ter retrucado e exigido dar minhas explicações eu vi que o Fábio estava
melhorando, e esta até hoje.
Outro
fato importante é que aqui cada quarto tem um dia para lavar a roupa e como eu
lavava a roupa de alguns internos a troco de bolacha eu sempre lavava minha
roupa fora do dia ate que um interno me perguntou porque eu lavava a roupa fora
do meu dia e eu vi que também estava errado neste aspecto. Se todo mundo lavava
roupa uma vez por semana eu não tinha que ser mais gostoso que ninguém em lavar
minha roupa em outros dias, já que os outros dias eram para lavar a roupa de
outros companheiros e não a minha.
São
nesses pequenos detalhes que eu enxergo a recuperação.
Tenham
um ótimo fim de semana e fiquem com Deus e espero que esteja ajudando com
minhas pequenas histórias a mostrar que não é só o adicto que precisa de ajuda.
ETERNAS IMCOMPARÁVEIS
24 HORAS DE SERENIDADE E SOBRIEDADE.
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