terça-feira, 4 de outubro de 2011

Co-depêndencia II

Não sei nem como começar.
               Repetindo o que disse ontem, tudo que havia planejado foi por água abaixo. Fiquei emocionado com o depoimento deixado por um anônimo  e por saber que muitas pessoas não lêem os depoimentos faço questão de repruduzí-lo.
               Quando escrevi sobre co-dependência tentei colocar o assunto de maneira  mais objetiva possível, mas, quando vi este depoimento fiquei impressionado.
               Desfrutem desse texto anônimo maravilhoso:
              Não é simples perceber que estamos fazendo este papel de salvador, pois, os co-dependentes têm muita dificuldade de conhecer seus sentimentos: estão habituados a se sacrificar pelos outros e nem se dão conta de que, em vez de controlar a sua própria vida, dedicam todo o seu tempo a controlar a vida dos outros.

              Como co-dependentes, dizemos sim, mas na realidade queremos dizer não; fazemos coisas que não queremos realmente fazer, ou fazemos o que cabia aos outros fazer.

            Uma atitude co-dependente pode parecer positiva, paciente e generosa, pois está baseada na melhor das intenções, mas, na realidade, é inadequada, exagerada e intrusa. A questão é que os co-dependentes estão viciados na vida alheia e não sabem mais viver a sua própria. Adoram dar, mas detestam receber, seja atenção, carinho ou ajuda. Desta forma, quanto mais se dedicam aos outros, menos autoconfiança possuem. Afinal, desconhecem os seus próprios limites e necessidades!

            A co-dependência se inicia quando uma pessoa, numa relação comprometida com um dependente, tenta controlar seu comportamento na esperança de ajudá-lo. Como consequência dessa busca mal sucedida de controle das atitudes do próximo, a pessoa acaba perdendo o domínio sobre seu próprio comportamento e vida.

             Em outras palavras, se ao nos dedicarmos aos outros estivermos nos abandonando, mais à frente teremos de nos confrontar com as consequências de nossa atitude ignorante.

             Reconhecer nossos limites e necessidades é tão saudável quanto a motivação de querer superá-los.
               Sentir a dor do outro não quer dizer ter que repará-la. Este é nosso grande desafio: sentir a dor com o intuito simplesmente de nos aproximarmos dela, em vez de querer transformá-la de modo imediato.

              É preciso deixar claro que ter empatia não tem nada a ver com a necessidade compulsiva de realizar os desejos alheios, própria dos relacionamentos co-dependentes.



               Depois do show de texto continuarei explanando sobre o tema.
               Meu pai facilitava muito as coisas para mim:

              Facilitação é toda a atitude que o co-dependente toma e que irá colaborar com a continuação da dependência química. As atitudes de facilitação são:
*minimizar
*controlar
*proteger
*assumir responsabilidade
*compactuar
               Sem saber, ele era exímio de praticar todas as citadas e ele pensava que realmente estava me ajudando, mas infelizmente, só estava me deixando mais safado. Ele estava mais doente do que eu.
               Vejo nos olhinhos dele a preocupação quando digo que vou à padaria. Acredito que vai demorar para ele ter paz novamente. A maneira que utilizo para reparar todo o mal que fiz é mantê-lo sempre informado.
               Como eu vivia duas caras demorou muito para ele acreditar que tinha um filho dependente de crack, principalmente porque essa droga é muito pesada. E isso também faz parte das fases da co-dependência que são:
·       Negação
·       Depressão
·       Negociação ou barganha
·       Raiva
·       Aceitação
               E como bom aluno ele viveu todas as fases e agora felizmente esta na aceitação. Desconfia de tudo o que eu faço e falo e faz ele muito bem em agir assim.
               Ele esteve vivendo em co-dependência durante vários anos sem ter conhecimento do que estava acontecendo. Ele não sabia o que era certo e o que era errado, agia conforme o sentimento do “salvador da pátria”, porque achava que era preciso, porque achava que só ele poderia fazer, porque achava que ele tinha que fazer.
               Os objetivos do programa de tratamento de co-dependência são:
1.    Terminar com as atitudes de facilitação
2.    Fornecer conhecimentos sobre dependência química
3.    Prevenir recaídas à facilitação.
              Sempre é questionável quanto cada pessoa da família esta disposta a mudar e adotar novas atitudes. O co-dependente acha que quem tem que mudar é o dependente, e não ele. Mas na dinâmica do relacionamento familiar as coisas funcionam em dependência. Todos necessitam de mudanças, todos necessitam de ajuda , alguns com mais  necessidade do que os outros.
PRECISAMOS TODOS ANDAR NUM PROCESSO DE RESTAURAÇÃO.
               O pior tipo de co-dependente é aquele que não participa de nenhum grupo de apoio e não tem a mínima ideia de que é um co-dependente. Esses, sim, são verdadeiros desastres, interferindo de maneira incorreta durante o tratamento. Em casos assim a família só atrapalhava. Felizmente meu pai esta em um grupo a mais de 4 meses e vem se esforçando para mais ajudar do que atrapalhar.
              É necessário que o familiar (principalmente os pais) saiba lidar com a culpa. Enquanto a culpa for a base das atitudes familiares, os mesmos, estarão adotando atitudes de facilitação.
             A culpa é um sentimento doentio, torna o fardo mais pesado e tira toda a racionalidade.
              Os pais em especial se sentem culpados porque acham que falharam no papel de pais.
               Sentem-se culpados porque a sociedade lhes impõe este fardo.
              A culpa, também pode ser impostas pelos próprios familiares, tios, avós, padrinhos, com frases do tipo “também, do jeito que foi criado, com tanta liberdade, tudo o que ele queria vocês davam, só tinha que acabar envolvido com droga"
               Só para dar uma relaxadinha pense neste cartaz.
               Saiba que sempre vai ter alguém falando algo.

              Se for bom para você, guarde e use, se não for, guarde também em outro lugar porque um dia você poderá usar como exemplo a não seguir.


               Sentir-se culpado não adianta nada. É preciso fazer uma análise de todos estes sentimentos e assumir um papel positivo de responsabilidade.
               Espero que tenha ajudado um pouco mais no dia de hoje. Continuarei mais amanhã e começarei a realmente a colocar o meu inventário diário para vocês terem noção do que é minha vida hoje e o que era à alguns meses atrás.
 Vocês verão a diferença de um adicto em recuperação.
               Obrigado as pessoas que estão me dando altas dicas, me seguindo e acreditando nesse projeto.



10 comentários:

  1. Amei o cartaz é isso ai se cada um cuidasse da sua vida ou se preocupasse. Com a dos outros no sentido e objetivo de ajudar, de incentivar ou puxar a orelha qdo necessário rsrs, ou estender a nAo pra ajudar a se Levantar ao invez de ficar apontando, julgando, criticando ou ditando erros ou acertos seria bemmm melhor.....

    Mais assim como um dia eu aprendi tdos tbm aprenderam de Deus quizer ....

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  2. Eu nAo vou me indentificar pq provavelmente vc nem lembra mais de mim dentre tantos outros alunos e alunas q já teve rsrs Mais sabe q sou alguem q te quer mtoo bem ...
    Mais vou continuar torcendo por vc e escrevendo algo sempre q possivel espero q de alguma forma te ajude .... Sempre
    E mais uma vez estou mto feliz pela sua atitude nAo desista .... Nunca
    Deus te abencoe e continui te sustentando e te dando forcas pra continuar. Persevere sempre

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  3. Fabio Parabéns pela coragem, isso é pra poucos.
    Sempre me perguntei como pessoas inteligentes como você e o meu tio entram nessa vida? (Você deve ouvir isso sempre!), mas de que importa essa resposta se a pergunta certa é como pessoas que entram nessa vida, saem dela? E você com seu blog pode ajudar e muito na elaboração dessa resposta que acredito não ser óbvia e nem lógica.
    Lendo seus post`s e fiquei pensando sobre a culpa, uma palavra tão cruel que ao invés de ajudar engessa a pessoa e não deixa que ela reverta a situação. Acredito que a palavra certa seja “RESPONSABILIDADE”. Somos responsáveis pelos nossos sucessos e nossos fracassos. Só quando tomamos consciência disso podemos aceitar certas coisas e mudar outras e assim percorrermos o caminho da cura.
    Vou torcer por você sempre e estarei aqui lendo seu blog sempre.
    Abraços
    Fernando Rodrigues.
    Só transcrevi.

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  4. "Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles."

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  5. roberta
    Foi atrases dessas palavras acima que passei como anonimo,que li e reflitir ,que nao tem ninguem nessa vida perfeito, estamos sendo lapidado por Deus entao bola pra frente que tudo tem um porque nada é por acaso

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  6. Não deixe que nada lhe abale, continue !
    Deus tem o melhor a cada dia algo novo pra vc !
    O mundo pode até fazer vc chorar
    mas Deus te quer sorrindo !Roberta

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  7. Autoconfiança
    Como confiar no outro se não confiamos em nós mesmos?

    Estes dias, voltando de um curso de Amor-Exigente, carregada de espiritualidade e de energia ( isso sempre acontece nesses encontros!), o sol brilhava sobre a estrada e o vento batia no rosto. Essa sensação de liberdade era tão boa...pensei então em como nós, codependentes, pouco nos permitimos sentir a liberdade emocional, acreditar que somos livres para ser quem somos, fazer o que queremos fazer, sem sentir culpa por ser feliz, apesar de tantos problemas dos outros.
    Quando cheguei, voltei às minhas pesquisas sobre autoestima. Algo me chamou a atenção. Não podemos confiar nos outros, se não confiamos em nós mesmos. E, para confiar em nós mesmos, precisamos fazer aquilo que é bom para nós, sem auto-boicotes.
    À medida que fazemos pequenas coisas por nós, começamos a sentir que podemos confiar em nós mesmos e isso aumenta a nossa autoestima.
    "Quero emagrecer, quero fazer exercícios físicos, quero sair mais com amigos, quero ler mais!", pensamos.
    Começamos bem, e nos terceiro dia já estamos "amolecendo". Desistimos. E perdemos a assim a oportunidade de aumentar a nossa autonfiança e autoestima. Começam os pensamentos negativos: " Nada que começo, consigo concluir" ou "Nem adianta tentar, nunca vou conseguir". E assim, vamos destruindo ainda mais a nossa autoestima.
    Portanto, a dica é: começe com pequenas metas, pequenas promessas a si mesmo. Mas cumpra-as. Conforme a autoconfiança aumenta, aumentarão os desafios e, assim, sucessivamente. Começe lhe entregando pequenas tarefas , que um dia , estará pronto para as grandes.
    A autoestima agradece!roberta

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  8. OS 12 Passos Simplificados
    1º Eu não posso

    2º Alguém pode

    3º Se eu deixar

    4º Sou assim

    5º Ficas a saber

    6º Quero mudar

    7º Ajuda-me a fazê.lo

    8º Quem prejudiquei?

    9º O que vou fazer com isso?

    10º Hoje foi assim

    11º Amanhã será melhor

    12º Vem comigo também roberta

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  9. As perguntas a seguir servem para identificar
    possíveis padrões de codependência.
    Somos conscientes que o Autoconhecimento é um assunto muito sério e por sua vez pessoal. Esperamos que estas perguntas possam ser-lhe úteis...

    Você se sente responsável por outra pessoa? Seus sentimentos, pensamentos, necessidades, ações, escolhas, vontades, bem-estar e destino?
    Você sente ansiedade, pena e culpa quando outras pessoas têm problemas?
    Você se flagra constantemente dizendo "sim" quando quer dizer "não"?
    Você vive tentando agradar aos outros ao invés de agradar a si mesmo?
    Você vive tentando provar aos outros que é bom o suficiente? Você tem medo de errar?
    Você vive buscando desesperadamente amor e aprovação? Você sente-se inadequado?
    Você tolera abuso para não perder o amor de outras pessoas?
    Você sente vergonha da sua própria vida?
    Você tem a tendência de repetir relacionamentos destrutivos?
    Você se sente aprisionado em um relacionamento? Você tem medo de ficar só?
    Você tem medo de expressar suas emoções de maneira aberta, honesta e apropriada?
    Você acredita que se assim o fizer ninguém vai amá-lo?
    O que você sente sobre mudar o seu comportamento? O que impede-lhe de mudar?
    Você ignora os seus problemas ou finge que as circunstâncias não são tão ruins?
    Você vive ajudando as pessoas a viverem? Acredita que elas não sabem viver sem você?
    Tenta controlar eventos, situações e pessoas através da culpa, coação, ameaça, manipulação e conselhos, assegurando assim que as coisas aconteçam da maneira que você acha correta?
    Você procura manter-se ocupado para não entrar em contato com a realidade?
    Você sente que precisa fazer alguma coisa para sentir-se aceito e amado pelos outros?
    Você tem dificuldade de identificar o que sente? Tem medo de entrar em contato com seus sentimentos como raiva, solidão e vergonha
    roberta

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  10. As Doze Promessas Codependentes




    Reconheço que não estou só e que meus sentimentos de vazio e solidão vão desaparecer.
    Não sou controlado(a) por meus medos. Eu supero meus medos e ajo com coragem, integridade e dignidade.
    Experimento uma nova liberdade.
    Liberto-me da preocupação, da culpa e da lamentação quanto ao meu passado e ao presente. Eu me mantenho o suficientemente atento(a) para não repetir.
    Experimento um novo amor e uma nova aceitação por mim mesmo(a) e pelos demais. Eu me sinto genuinamente merecedor(a) de ser amado(a).
    Aprendo a me ver igualmente aos demais. Em minhas novas e renovadas relações são baseadas na igualdade de ambas as partes.
    Sou capaz de desenvolver e manter relações saudáveis e amorosas. A necessidade de controlar e manipular os outros desaparecerá na medida em que eu aprenda a confiar nas pessoas dignas de confiança.
    Aprendo que é possível recuperar-me e converter-me numa pessoa mais amorosa, mais íntima e capaz de oferecer apoio apropriado. Eu tenho a escolha de comunicar-me com minha família de uma maneira segura para mim e respeitosa para eles.
    Reconheço que eu sou uma criação única e preciosa.
    Não dependo unicamente dos demais para poder me sentir valioso(a).
    Tenho a confiança de que meu Poder Superior me guia. E venho a acreditar em minhas próprias capacidades.
    Experimento gradualmente em minha vida SERENIDADE, FORÇA INTERIOR e CRESCIMENTO ESPIRITUAL.
    roberta

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