sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Thunder Cats


NÃO SE ESQUEÇA QUE VOCÊ VAI FALHAR CEM POR CENTO DAS VEZES EM QUE NÃO TENTAR.


         Que bom que vou conseguir voltar as rotinas de minhas postagens, pelo menos até hoje à meia noite kkk, depois disso não sei o que vai acontecer.

          Postarei abaixo o que me aconteceu de mais importante no dia 09 de abril.



Inventário do dia 9 de abril.

Ao transcrever o que escrevi a respeito desse dia vem em minha memória a RAIVA que eu tinha dos “Olhos de Thandera”.

Na chácara nós podíamos ter nossas “coisas particulares” (temperos, bolachas, sucos, leite, etc), e como nessa época em particular a alimentação estava muito sem gosto, porque, não tinha tempero para fazer a comida (coisa de Comunidade Terapêutica), nós tínhamos (aqueles que tinham dinheiro para comprar, deixe-se bem claro) em nosso poder, Sazon de todos os tipos para incrementar o almoço ou jantar. Mas deixa-me explicar o que é “Olho de Thundera”.

Como comíamos em mesas que cabiam até 8 pessoas, era mais do que esperado que você colocasse um pouco de sazon no teu prato e oferecesse a pessoa do lado, mas o “OLHO DE THUNDERA” era a pessoa que não esperava você oferecer e pegava sem pedir, e além de tudo de tudo, colocava todo o restante no prato dela sem nem se importar com o companheiro do lado.

Com o passar do tempo e com mais intimidade com o grupo, quando isso acontecia a mesa gritava “thunder, thunder, thunder cats ohohohohoh” para ver se o companheiro se tocava que ele tinha sido egoísta em colocar tudo no prato dele.


Vamos a alguns pontos que sempre me irritavam.

Era esperado que eu oferecesse algo ao meu companheiro do lado, mas em nenhum momento me falaram que eu era obrigado, mas estava explícita essa obrigação.

Eu poderia colocar um pouco e guardar o restante para a próxima refeição, mas fazer isso era assinar o atestado de egoísta.

Eu não levei ninguém para a clínica, mas acabava “sendo responsável” pela falta de condições dos restantes.

Eu tinha o privilégio destas “coisas particulares” como o Sazon, molho de pimenta, Torcida, salgadinhos, batata palha, suco, leite, bolacha, tudo que pudesse colocar no arroz e feijão para eles terem algum sabor, primeiramente porque eu tinha um afastamento do INSS pelos anos trabalhados.

Segundo, porque eu tinha uma família que não tinha me abandonado AINDA, e ao imaginar que eu era uma pessoa abençoada por isso eu ajudava os mais necessitados, só que neste momento eu ficava extremamente irritado porque ao pensar na pessoa do lado, ela em nenhum momento pensava na pessoa que estava do lado dela.

Acontecia também de eu chegar à mesa e o Sazon já ter acabado porque as pessoas se serviam sem pedir e quando o verdadeiro dono que era eu chegava já não tinha mais.

Aprendi a duras penas levar tudo no bolso até o momento que eu usava e depois cedia para os outros companheiros.

Aprendi também mais tarde a passar por egoísta e não ceder nada, já que via que muitos do que me pediam tais “guloseimas” tinham shampoo e sabonetes dos melhores e fumavam o dia todo igual ao Preto Velho ou Saci Pererê e não tinham coragem de pedir para a família um pacote de bolacha ou tempero, se fosse o caso.

Neste dia eu realmente me peguei neste aspecto, e por outras longas semanas também, até eu encontrar um equilíbrio entre saber a hora em dar e de não dar.

Tinha um interno que ele ficava em pé até todos se sentarem para ver onde teria alguém com alguma guloseima para ele pedir, eu ficava revoltado com isso. Ele era o verdadeiro Lion dos Thunder Cats, por isso o apelido dele era olho de Thundera.

O olho MAIOR que a barriga.

Hoje consigo lidar com isso de boa, mas na época eu cheguei ao ponto de comer sem nada, porque eu pedi que minha família não me enviasse nem um tipo de guloseimas já que eu me sentia lesado em ter que dividir com quem tinha condições de também colaborar.

Consegui enxergar depois que ao mesmo tempo em que eu era “egoísta” em não compartilhar minhas guloseimas, as pessoas em outro momento eram FOLGADAS em só pedir o tempo todo. Elas tinham que aprender a esperar o momento eu que eu ou qualquer outro companheiro oferecesse. Pode até parecer grosseiro o que eu vou falar, mas ali ninguém era meu filho e não tinha sido eu a levar ninguém para lá.


Percebi que por acreditar que eu tinha obrigação em ter que todos os dias repartir o que era meu eles usavam de minha bondade para se aproveitar de mim.

Com a realização da terapia aprendi a entrar em um meio termo que não precisava ser o santinho que dava tudo a todos, mas também não era o egoísta que ficava sem comer para não repartir com o próximo kkkkkkkkk.

Pessoal, vamos lembrar que eu estava no primeiro mês de internação nessa época e era tudo novo pra mim. Até eu conseguir imprimir a minha personalidade no grupo demorou longos meses e como eu poderia imprimir alguma personalidade se nesse momento eu não tinha nenhuma.

Minha personalidade estava intimamente ligada ao uso de drogas.

Farei um teste para postar este texto que foi escrito no dia 26 de outubro. Vim para a chácara e não estou me dando muito bem com essa coisa de modem kkkkkkkkkkkkkk



                          ÓTIMAS 24 HORAS





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