Historinha de Karyni Blanc

SACRIFÍCIO É DEIXAR DE FAZER AS COISAS MENOS IMPORTANTES PARA ALCANÇAR AS MAIS IMPORTANTES.

     Hoje darei um tempo nas postagens das perguntas do inventário e postarei mais uma história. Elas estão dando o que falar!!!

     Nos quinze anos que morei em São Paulo eu me mudei algumas vezes, mas sempre morando no centro, e quando eu sai da cadeia, até eu me "arrumar" novamente, eu tive que morar na casa de uma grande amiga chamada Bete.

     Pensa numa bagunça organizada. Ela é budista e na sala tinha um altar e tudo, e com ela não tinha conversa. Não podia usar droga "pesada", mas não demorou muito tempo a Bete foi embora para outro país e veio a minha outra amiga Karyni Blanc morar comigo, que no mesmo modelo da Camila, trabalhava igual louca e era totalmente contra eu usar crack, mas ela falando e um gato miando dava na mesma.

     E estava eu um dia em casa com um conhecido, e para não tumultuar muito as coisas, eu peguei a droga e fui fumar na cozinha, já que respeitava a sala por causa do templo e porque no quarto ia ficar o cheiro, mas pense no tamanho da cozinha!!!

     Pensou?

     Pode dividir por três, que ainda vai ser grande ....

     E lá estava eu quando a Karyni chega e abre a porta da cozinha e eu fiquei bem tranquilo porque ela não conseguiu enxergar nada. Era uma fumaceira só que mais parecia uma sauna.

     A minha sorte é que ela é super de boa e até me deixou a sós pedindo somente um pouco de água e é claro, querendo saber quem estava comigo na cozinha kkkkkkkkkk ( outra gargalhada).

     Conto estas histórias para mostrar, como o Fabian pediu, que a minha vida era aparentemente muito feliz. Eu me divertia muito e por mais que fazia coisas fora do comum meus amigos me respeitavam, já que eu respeitava todos eles. Talvez o problema estivesse ai.

     Hoje a drogadição (colocação) esta muito natural e até mesmo aceitável no meio dos jovens e por isso se alguém for falar algo, passa por careta, antiquado e  acaba não falando nada. Mas se for pensar bem, não ia adiantar muito mesmo.

     Eu agradeço pela Karyni sempre ter ficado do meu lado e pela nossa cumplicidade, e ela, é uma das pessoas que estão do meu lado apesar da distância, até hoje. Foi outra que nunca desistiu de mim.

     E são por essas e por outras que quero contar as minhas histórias e mostrar que eu estou vencendo e dizer que não é porque eu cheguei a este ponto que as pessoas tem que chegar também.

CUIDADO

     Vejam esses exemplos e caiam fora rapidinho se, como eu, também acharem normal ficar fazendo defumação amadora em casa kkk. Ninguém chega neste ponto de um dia para o outro. É bem devagarinho que acontece.

     Eu tenho muitas saudades das loucuras que eu fazia, mas hoje eu penso nas consequências,

     EU NÃO POSSO... quem pode... PARABÉNS, mas pense na sua saúde, nas pessoas que te amam, no preço que vai ter que pagar (e existe um preço, pode ter certeza, mesmo que seja baratinho).  Foram muitos dias de alegria, mas que quando pesado na balança não valem a pena comparado a uma semana de internação.

 

      Vou contar outra historinha agora que eu copiei da Ana Maria Braga.  

      Um velho índio descreveu, certa vez, seus conflitos internos: “Dentro de mim existem dois lobos. Um deles é cruel e mau, o outro é bom e dócil. Eles estão constantemente a brigar”.

          Quando, então, lhe perguntaram qual dos lobos ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu: “Aquele que eu alimentar”.

     É isso que eu vivo hoje.

     Tem um lobo que quer fazer defumação, usar drogas, voltar a ser irresponsável, não dar valor aos sentimentos dos familiares e amigos, correr riscos desnecessários e jogar fora tudo que conseguiu. Pois, este vai morrer de fome, porque definitivamente eu não vou alimentar.

      Em contra partida, o outro lobo que valoriza os amigos e a si mesmo, sabe ser feliz sem precisar de efeitos de drogas, gosta de uma cozinha com ar puro (mesmo que isso seja dificil no centro de São Paulo) e respeita as pessoas que moram com ele, esta se deliciando com um banquete.

      Já temos então um vencedor.

     Essa luta é diária. Um lobo é morto por dia, quando não a cada instante.

                   

Inventário de ontem.

        Que dia mais agitado. Já acordei correndo para o computador para ver o quanto de acessos tinha ocorrido. Vira um vício, mas um vício bom. Decidi aproveitar o máximo do dia, já que amanhã chegou o dia de voltar para Bauru.

     Consegui conversar com o meu “sobrinho” de coração Rafael e fiquei muito feliz em ver que a vida continua e eu estou voltando a vivê-la.

     Tive uma visita de minha amiga Dani, que malhava comigo e percebi que não é só a minha família e amigos próximos que acreditam em mim, os que só me conheciam de passagem também confiam em mim.

     O shopping com as crianças e a sessão de fotos marcou o fim da tarde e a noite fui até a igreja para agradecer o dia e pedir pela viagem.

     O que me espera agora nos próximos dias eu não tenho a mínima ideia, mas sabe de uma coisa? A minha parte eu fiz. Falei, pedi ajuda, dei minha cara a tapa e agora definitivamente coloco nas mãos de Deus. Só sei que tenho que ir para Bauru amanhã cedo, o resto.... depois eu penso....

          

     Ponto negativo do dia: Deveria ter comido mais a comidinha da minha irmã.

              Ponto positivo do dia: Curti o máximo a minha família.

Às vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota. Pensem nisso!!!!

Eternas boas 24 horas a todos.